01/08/2013

Resenha: A Culpa É Das Estrelas

Autor: John Green
Editora: Intrínseca  | |  Páginas: 288  | |  Informações: Skoob


 A culpa é das estrelas narra o romance de dois adolescentes que se conhecem (e se apaixonam) em um Grupo de Apoio para Crianças com Câncer: Hazel, uma jovem de dezesseis anos que sobrevive graças a uma droga revolucionária que detém a metástase em seus pulmões, e Augustus Waters, de dezessete, ex-jogador de basquete que perdeu a perna para o osteosarcoma. Como Hazel, Gus é inteligente, tem ótimo senso de humor e gosta de brincar com os clichês do mundo do câncer - a principal arma dos dois para enfrentar a doença que lentamente drena a vida das pessoas.

Inspirador, corajoso, irreverente e brutal, A culpa é das estrelas é a obra mais ambiciosa e emocionante de John Green, sobre a alegria e a tragédia que é viver e amar.


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Acho que tomei a decisão certa quando resolvi deixar passar um pouco toda aquela empolgação que foi quando do lançamento de 'a culpa é das estrelas''. Mas apesar de não ter corrido para a primeira livraria mais próxima, fui acompanhando pelos blogs e seus respectivos perfis em redes sociais o que todos estavam achando do livro. Não é novidade para ninguém dizer que o livro virou o queridinho de muitos e uma sensação na blogosfera literária. Elogios pipocavam a cada dia e a cada resenha e com isso, claro, a curiosidade de muitos (inclusive a minha) foi sendo aguçada cada vez mais. Mesmo assim me contive e não quis entrar na onda do "Ok. Ok." por medo de começar a leitura com as expectativas lá em cima e acabar me decepcionando. Então deixei a moda "Gus/Hazel" passar, outros queridinhos vieram e eis que finalmente pude embarcar na história dos dois jovens acometidos pelo câncer que se apaixonam. E não é que eu também fui pego tardiamente pela moda "Gus/Hazel" e o livro tornou-se um dos meus favoritos!

A culpa é das estrelas foi uma gratíssima surpresa para mim em todos os sentidos. Mesmo tendo lido uma resenha ou outra do livro a concepção que eu tinha da história na minha cabeça era totalmente diferente da que eu encontrei quando comecei a ler o livro. Algumas características que eu imaginei estavam sim presentes na história, só que foi a forma como o autor concebeu e conduziu essas características que fizeram a diferença - e muito boa por sinal - na história em si. Acho que hoje em dia não é mais segredo para ninguém do que se trata a história do livro: Hazel Grace e Augustus Waters, dois adolescentes acometidos pelo câncer, se conhecem em um centro de apoio para jovens com a doença, tornam-se amigos e aos poucos vão se apaixonando. Essa foi uma das partes da história que mais gostei, a evolução do amor entre os dois. Não foi aquela coisa arrebatadora, instantânea, de uma hora para a outra como eu imaginava; foi um amor que foi surgindo aos poucos, sem pressa, mesmo diante do iminente fim em que se encontravam as vidas dos dois jovens.

Para mim o autor soube conduzir muito bem o desenvolvimento da relação entre Hazel e Augustus, não ficando em nem um momento com um ar de apelação ou sentimentalismo devido a gravidade da doença dos dois. Na história em si a doença é usada mais como um pano de fundo, mostrando em alguns momentos como ainda nos dias de hoje as pessoas que sofrem dessa doença são vitimas de preconceito por parte da sociedade. Não senti em nem uma parte da história, mesmo as mais sofridas (e o sofrimento está presente, sim), o autor utilizando-se da doença para comover. A história em si já é comovente, sem exageros ou apelações, mas na medida certa para encantar e tocar o coração. Coisa que fez comigo já desde seu inicio. E sem contar a escrita do John Green que eu adorei; sem enrolação nem perdendo tempo com detalhes insignificantes ele vai direto ao ponto, sem rodeios, do jeito que eu gosto, narrando apenas o que importa (mas como nada é perfeito, acho que uns trechos poderiam ter ficado de fora sem fazer a menos falta). E olha que o livro é narrado em primeira pessoa pela Hazel (o tipo de narrativa que eu não gosto muito), mas que mesmo assim me cativou e muito.

Outro ponto que gostei muito foram os personagens, em especial, claro, o casal de protagonistas. Hazel não me agradou muito no inicio, achei ela bem rabugenta, meio ranzinza - e não era por conta da doença, não! - , mas no decorrer da história fui gostando dela, suas tiradas bem humoradas mesmo com um humor meio negro e quando eu menos esperava estava dando risadas com as coisas que ela dizia. Imaginei uma Hazel coitadinha, sofredora, sonhadora e bem romântica, mas, graças a Deus, não foi isso que encontrei nas páginas do livro. Augustus confesso que não tinha uma ideia muito formada sobre ele, a não ser, claro, a do jovem bonitão, forte, atraente e simpático, e nessas eu acertei. Do restante do que se apresentou do personagem gostei muito também; assim como Hazel, só que menos ranzinza, Augustus também é dotado de um ótimo senso de humor e vez ou outra saia com cada uma que me fazi rir. Enfim, os dois juntos formaram um casal perfeito.

A culpa é das estrelas entra para minha lista de favoritos, mas sem exageros. Não vou dizer que o livro é fenomenal, esplendido  "oh meu Deus, que lição de vida!", nem que me fez chorar litros de lágrimas (se a história me emocionar, choro mesmo!). O livro é bom?, é; emociona?, sim; chorei em algum momento?, sim, sou meio mole mesmo, mas não é essa coisa fora do comum que muitos disseram por ai; é uma bela história que foi muito bem contada, mas que a mim apenas divertiu, emocionou, entreteve e, de certa forma, proporcionou alguns momentos de reflexão, mas nada que vá mudar a minha vida. Agora como diz o comentário do Markus Zusak na capa do livro: eu ri, chorei e com certeza queria mais... Vai ficar na estante e no coração OK e OK!

(Este livro fez parte da maratona literária)





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