Resenha: P S eu te amo

Autor: Cecelia Ahern

Editora: Novo Conceito

Páginas: 368

#Skoob#

Gerry e Holly eram namorados de infância e ficariam juntos para sempre, até que o inimaginável acontece e Gerry morre, deixando-a devastada. 

Conforme seu aniversário de 30 anos se aproxima, Holly descobre um pacote de cartas nas quais Gerry, gentilmente, a guia em sua nova vida sem ele. Com ajuda de seus amigos e de sua família barulhenta e carinhosa, Holly consegue rir, chorar, cantar, dançar e ser mais corajosa do que nunca.

Antes de fazer essa resenha dei uma pesquisada em outros blogs para ver as opiniões sobre o livro (não para copiar nada, fique claro!). Acho que posso dizer que 8 em cada 10 resenhas são totalmente positivas; todos adoram a história, o desenrolar, os personagens, a forma como a autora mistura os sentimentos e emoções. Em relação a isso eu sou um dos que gostaram, pois é realmente de forma extraordinária que ela mescla momentos de alegria, de tristeza, de otimismo, de depressão e por ai vai.

Confesso que de certa forma as expectativas que eu tinha em relação ao livro não foram alcançadas – e vou explicar por que! Eu sou um dos muitos que assistiu primeiro o filme, e como muitos também – creio eu – me emocionei muito, me imaginei naquela situação, perdendo para sempre a pessoa que eu mais amava, chegando ao ponto certa vez de mandar minha mulher tirar o filme do DVD (na metade!) de tanto que aquela história mexia comigo.

Bom, vi o filme, me emocionei, chorei (é, sou meio mole mesmo, rsrs!) e depois de um tempo quando a leitura me pegou, fui atrás do livro só que não encontrei. Eis que um dia dando uma olhada numa livraria, me deparo com esta nova edição que eu nem sonhava que existia. Verifiquei que era realmente o livro no qual o filme tinha sido baseado e dias depois, na maior expectativa, comprei o livro. Ele ainda ficou uns bons dias na minha estante, até que comecei a lê-lo.

De cara já se vê que o filme é totalmente diferente do livro, o que não quer dizer que o filme seja ruim – em minha opinião não é - , pelo contrario, foi por ter gostado do filme que criei tantas expectativas em relação ao livro. Imaginei que a leitura seria uma enxurrada de emoções (leia-se choro e lágrimas) e não foi, pelo menos, não na quantidade que eu imaginava. Imaginava algo bem emotivo mesmo, e não que o livro não seja, só que idealizei num grau maior. O eixo da história por si só já é um ponto de partida para uma história repleta de emoções, e digo emoções que façam o leitor estar sempre com os olhos marejados, mas não foi isso que eu encontrei. Mas não quero dizer que o livro seja ruim porque não é.

O inicio da historia já começa de forma a emocionar, mostrando Holly sozinha em casa já tendo perdido o amor de sua vida. Daí em diante segue-se os dias de quem sofre uma perda como essa. Só que Holly não fica afundada em dias tristes porque ela tem varias pessoas (família e amigos) dispostas a ajudá-la a continuar vivendo. As que mais se destacam nessa tarefa são as amigas, Sharon e Denise; a amizade das três descrita no livro acho que é o ideal de amizade que todos queriam ter. Os momentos em que elas estão juntas são com certeza os pontos de maior divertimento e humor da historia. A comemoração dos 30 anos de Holly e a viagem delas à Espanha são momentos hilários, assim como a primeira ida de Holly ao cabeleireiro, Leo, que também é uma figura.

O momento de maior emoção pra mim é quando Holly abre a primeira carta de Gerry. É realmente emocionante a descrição desse momento.

“Holly prendeu a respiração e com lágrimas nos olhos e o coração acelerado leu a caligrafia familiar...” Cap. 5, pág. 29

Algumas partes confesso que achei desnecessárias, como por exemplo, o dia a dia dela no novo trabalho. Acho que se essa parte tivesse sido retirada e no lugar fosse colocados mais detalhes da vida de Holly e Gerry, desde que se conheceram e o desenrolar do relacionamento deles, teria sido bem melhor. Isso é até mencionado na história, só que eu acho que faltou um pouco mais de profundidade em relação aos dois.

Já a relação de Holly com a família é bem descrita, principalmente levando em conta a quantidade de irmãos que ela tem. É bem mostrado a relação dela com cada um dos irmãos e com os pais (o pai achei um pouco apagado na história). Eles têm papel muito importante no recomeço dela após a morte de Gerry.

Num todo o livro é muito bom, tem um Q a mais que é a questão dos personagens secundários terem vida própria e não só girarem em torno da vida de Holly, o que em alguns momentos deixou Holly parecer ser bem egoísta. A história só ficou um pouco cansativa a partir do capitulo 40, mas bem próximo ao final ela toma novo fôlego e confesso que me surpreendi com o desfecho, já que eu imaginava uma coisa e foi outra totalmente diferente. O último capitulo também é bem emocionante e as últimas linhas mais ainda. Minha surpresa mesmo venho no epilogo, que deixa no ar aquela sensação de que por mais dores e percalços que venhamos a passar, a verdade é uma só: “enquanto há vida, há novos caminhos a seguir e novas experiências para viver”. 

Recomendo, só que eu esperava mais...

BOM