Autor: R.J. Palacio
Editora: Intrínseca | | Páginas: 320 | | Informações: Skoob
August Pullman, o Auggie, nasceu com uma síndrome genética cuja sequela é uma severa deformidade facial, que lhe impôs diversas cirurgias e complicações médicas. Por isso ele nunca frequentou uma escola de verdade... até agora. Todo mundo sabe que é difícil ser um aluno novo, mais ainda quando se tem um rosto tão diferente. Prestes a começar o quinto ano em um colégio particular de Nova York, Auggie tem uma missão nada fácil pela frente: convencer os colegas de que, apesar da aparência incomum, ele é um menino igual a todos os outros.
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Extraordinário foi um livro que relutei um pouco em ler devido ao burburinho que ele causou quando chegou por aqui. Foi aquele livro que só recebeu elogio, coisa que me deixa meio desconfiado e com as expectativas lá em cima. Assim como fiz com "A culpa é das estrelas" deixei o alvoroço em torno do livro passar e então fui ao encontro da leitura. MEU-DEUS-QUE-LEI-TU-RA-EX-TRA-OR-DI-NÁ-RI-A!!! (com trocadilho e tudo). Adorei a história, adorei o August, adorei a narrativa, adorei como tudo foi conduzido, enfim... FAVORITASSO para o resto da vida!
A narrativa da autora é bem fluida e leve de se acompanhar, o que gostei muito. Aos pouquinhos ela foi conseguindo penetrar nas minhas emoções, mexendo com elas de uma maneira bem delicada, mas de certa forma bem incisiva. Já disse aqui em outras ocasiões que eu sou chorão mesmo, seja livro, filme, série, não importa, me emocionou é quase certo das lágrimas virem em algum momento e com a história do August não foi diferente; as lágrimas não chegaram a rolar pelo rosto, mas vieram aos olhos muitas vezes.
A história é contada em sua maior parte pelo ponto de vista do August, mas ainda temos o ponto de vista de alguns personagens que cercam o menino no seu dia a dia. Via, a irmã mais velha de August, que teve que aprender a deixar um pouco de lado suas vontades em beneficio do irmão, entende suas necessidades, mas ainda sim sente a falta de uma atenção maior dos pais. Summer é a garota que se aproxima de August em detrimento dos outros que preferem falar mal de sua aparência. Jack é um dos garotos escolhidos para acompanhar August nos primeiros dias de aula; uma amizade cresce entre eles, mas não impede Jack de cometer um erro, mesmo que inocentemente. Já Julian e sua mãe acho que me deixaram com os olhos vermelhos de tanta raiva - oh vontade de entrar no livro!
A história do livro em si pode até parecer bem simples, talvez para alguns (não sei como?) até mesmo apelativa; um pobre menino que tem o rosto todo deformado, sem muitos amigos, quase que isolado do mundo e que um certo dia tem que ir a escola como qualquer criança e passa a sofrer todo tipo de preconceito. Uma história pronta para nos emocionar e despertar em nós piedade e compaixão. Mas será que era esse o objetivo? Será que a autora quis apenas criar uma historinha bem triste de um menininho sofrido para cativar os corações e consequentemente vender uns bons exemplares do seu livro? Eu, sinceramente, acho que não.
Na minha opinião a grande mensagem da história é sobre o ato da gentileza, de ser gentil, delicado no sentido mais amplo da palavra. O que melhor sintetiza isso é o discurso final quando é dito para que se seja mais gentil que o necessário. Acredito que a gentileza seja mais que apenas um ato de boa educação, é algo que se praticado no dia a dia e em determinados momentos pode ter o poder de amenizar uma dor, confortar um coração ferido ou quem sabe até mesmo devolver a autoestima de alguém.
Problemas, sofrimentos, desilusões cada um tem as suas, em maior ou menor grau. Acho que o que faria a diferença e amenizaria essas cargas seria uma mão estendida, um abraço apertado, um olhar fraternal e sincero (e que visse além das aparências)... Enfim, uma gentileza, uma delicadeza de ser humano para ser humano, que é o que todos nós somos independente das casca.
Um livro mais que recomendado, que merece estar no maior número de estantes possíveis.
