Resenha do Baú: A Cabana

Autor: William P. Young
Editora: Sextante/Arqueiro
Páginas: 240
#skoob#

Durante uma viagem que deveria ser repleta de diversão e alegria, uma tragédia marca para sempre a vida da família de Mack Allens: sua filha mais nova, Missy, desaparece misteriosamente. Depois de exaustivas investigações, indícios de que ela teria sido assassinada são encontrados numa velha cabana.

Imerso numa dor profunda e paralisante, Mack entrega-se à Grande Tristeza, um estado de torpor, ausência e raiva que, mesmo após quatro anos do desaparecimento da menina, insiste em não diminuir.

Um dia, porém, ele recebe um estranho bilhete, assinado por Deus, convidando-o para um encontro na cabana abandonada. Cheio de dúvidas, mas procurando um meio de aplacar seu sofrimento, Mack atende ao chamado e volta ao cenário de seu pesadelo.

Chegando lá, sua vida dá uma nova reviravolta. Deus, Jesus e o Espírito Santo estão à sua espera para um "acerto de contas" e, com imensa benevolência, travam com Mack surpreendentes conversas sobre vida, morte, dor, perdão, fé, amor e redenção, fazendo-o compreender alguns dos episódios mais tristes de sua história.

Intenso, sensível e profundamente transformador, este livro vai fazer você refletir sobre o poder de Deus, a grandeza de seu amor por nós e o sentido de todo o sofrimento que precisamos enfrentar ao longo da vida.

Há quatro anos atrás A cabana foi lançado aqui no Brasil. Lá fora o livro já vinha num caminho ascendente de sucesso e como tal tinha os que gostavam e os que não. Se não me falha a memória a primeira vez que vi o livro foi na livraria de um shopping, e o que me chamou a atenção foi o destaque em que ele era exposto. Vendo a capa e o titulo imaginei que se tratasse de um romance tipico (casal apaixonado que enfrenta vários obstáculos até ficar junto no final), mas me enganei. Ao me inteirar da história, que de cara chamou muito minha atenção, não pensei como muitos que se tratava de um livro de auto-ajuda – o que não acho até hoje. Passado um certo tempo e vendo o tamanho do sucesso que o livro estava fazendo (não saia do 1º lugar de mais vendidos), comprei e comecei a ler. Uma das melhores leituras da minha vida...

Não é segredo pra ninguém do que se trata a história do livro, por isso não vejo necessidade em me demorar na descrição disso ou daquilo. Sendo sucinto, conta a história de um homem, Mack, envolto numa terrivel tristeza após quatro anos do desaparecimento de sua filha caçula, Missy. Então ele recebe um bilhete que o convida a voltar ao local da suposta morte de sua filha. O grande detalhe é que o bilhete está assinado por ninguém menos que o próprio DEUS. Daí em diante somos conduzidos junto com Mack numa jornada que mudaria a vida de qualquer um.

A primeira coisa que tenho a dizer sobre o livro é que se trata de uma lindissima história, apesar de todo o teor trágico que ela traz. Confesso que até hoje não entendo como existem tantas pessoas que não gostam do livro, falam mal, desdenham; em mim, ainda bem, o efeito foi contrário, pois gostei do livro desde sua primeira página. A história daquele homem e seus questionamentos me conquistou profundamente, chegando eu muitas vezes a me imaginar no seu lugar.

Quando li a cabana eu ainda não era pai, mas só de me imaginar naquela situação meu peito já ficava apertado e me dava muitas vezes um nó na garganta. Me lembro que a cada capitulo que eu terminava mais aflito eu ficava imaginando o grande momento da história que se aproximava – momento este que eu tentava retardar lendo o livro bem devagar e também porque eu não queria que terminasse logo, já que o livro conta com apenas 18 capitulos. A leitura inteira eu passei me colocando no lugar daquele homem e acho que foi isso que me aproximou tanto da história; tudo o que ele passa é muito doído e não só no presente, mas também seu passado fez nele feridas que não cicatrizaram, para as quais ele vai encontrar cura ao longo de sua jornada com a Trindade.

Outro aspecto que eu achei bem curioso e que gostei muito no livro foi a forma que o autor achou para representar Deus, Jesus e o Espirito Santo. Sei que para muitos foi até uma heresia – o livro em si é uma heresia para muitos - , mas para mim não, acho que o autor foi muito... (hábil, inteligente, esperto, iluminado?), não sei, só sei que a forma como ele nos apresenta a Trindade Divina me soou tão intimo, tão pessoal, tão familiar! Se você já deu uma olhada pelo blog deve ter visto no menu Dentro da Cabana, onde faço uma breve descrição sobre o blog e sobre mim, que sou cristão. Sim, sou cristão evangélico, e em nem um momento senti minha fé ou minhas crenças e convicções serem abaladas ou mesmo distorcidas pelo livro e seu conteúdo. Pelo contrário, acho que o autor colocou Deus, Jesus e o Espirito Santo da forma que deviamos encará-los no nosso dia a dia, claro que não literalmente como são no livro, mas da forma intima, pessoal, familiar, mais próximos de nós, como mostrado no contexto da história.

Tenho certeza que o maior fator para o sucesso do livro (altamente merecido) foram os sentimentos que o autor, de certa forma, mostrou como podem influenciar nossas vidas de maneira positiva ou negativa. Sentimentos como amor, perdão, culpa, rancor e até mesmo ódio são universais, falam fundo ao coração do ser humano, e é no coração e nos sentimentos que Deus fala com cada um de uma maneira particular, não precisando você fazer parte desta ou daquela religião, ter esta ou aquela crença. A história de a cabana tocou fundo em meu coração, me emocionou muito e isso foi o meu maior prazer em ler o livro, pois gosto acima de tudo de livros que me emocionam, muito mais do que os que me fazem pensar.

  

...não importa qual seja o poder de Deus, o primeiro aspecto de Deus jamais é o do senhor absoluto, do Todo-Poderoso. É o do Deus que se  coloca no nosso nível humano e se limita. Frase de inicio do capitulo 6


Uma história inesquecível, forte, arrebatadora que permanece nos corações de quem a lê por muito tempo. No meu está até hoje... Recomendadíssimo!

Ps: não sei se está tão na cara assim, mas foi o livro que me inspirou o nome do blog.