18/12/2015

Dez Coisas Que Aprendi Sobre O Amor - Sarah Butler


Autora: Sarah Butler
Editora: Novo Conceito  | |  Páginas: 290  | |  Informações: Skoob



Por quase 30 anos, quando a brisa de Londres torna-se mais quente, Daniel caminha pelas margens do Tâmisa e senta-se em um banco. Entre as mãos, tem uma folha de papel e um envelope em que escreve apenas um nome, sempre o mesmo. Ele lista também algumas coisas: os desejos e o que gostaria de falar para sua filha, que ele nunca conheceu. Alice tem 30 anos e sente-se mais feliz longe de casa, sob um céu estrelado, rodeada pela imensidão do horizonte, em vez de segura entre quatro paredes. Londres está cheia de memórias de sua mãe que se fora muito cedo, deixando-a com uma família que ela não parece fazer parte. Agora, Alice está de volta porque seu pai está morrendo. Ela só pode dar-lhe um último adeus. Alice e Daniel parecem não ter nada em comum, exceto o amor pelas estrelas, cores e mirtilos. Mas, acima de tudo, o hábito de fazer listas de dez coisas que os tornam tristes ou felizes. O amor está em todas as partes desta história. Suas consequências também. Sejam boas ou más. Até que ponto uma mentira pode ser melhor do que a verdade?


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Dez coisas que aprendi sobre o amor se mostrou um livro bem diferente do que eu imaginava, e de certo modo isso não foi muito bom para a minha leitura do livro. Não estou querendo dizer que o livro seja ruim ou péssimo, nada disso, mas, infelizmente, ele não me trouxe a história que eu esperava, talvez por uma errônea expectativa minha devido ao titulo do livro e sua capa que foram os itens que logo me chamaram a atenção. Vou tentar explicar porque o livro não me conquistou...

O livro tem uma narrativa diferente, bem peculiar, e o primeiro ponto que me decepcionou foi ele possuir poucos diálogos. Eu não sei os outros, mas eu sou um leitor que adora diálogos, que gosta de ler as falas dos personagens, até porque, na minha opinião, isso dá uma agilidade à história. A narrativa do livro é muito desenvolvida através de lembranças e histórias que vão sendo contadas no decorrer da leitura, o que requer do leitor uma atenção maior para não perder o fio da meada.

'' - Se você ficar imóvel num lugar tempo o bastante, ele se mostrará para você. Leva tempo, mas você encontra estampas e, depois que as encontra, pode começar a se sentir em casa.''

Escrito em primeira pessoa o livro é narrado pelos personagens principais, Alice e Daniel, cada um se alternando nos capítulos.  Algo curioso que a autora fez nessa narrativa, e que muitos já devem ter mencionado, é que não é deixado implícito para o leitor quem está narrando aquele determinado capitulo, coisa que geralmente fica bem clara em livros assim, por exemplo, colocando o nome do personagem narrador no inicio do capitulo. No caso aqui foi diferente, a autora deixou de um jeito - não sei se proposital - que, nós leitores, é que temos que identificar quem está falando naquele momento. E de certa forma até que não foi difícil!

A história apesar de ser até boa, infelizmente se mostrou um pouco arrastada e foi um pouco dificil engatar na leitura, e mesmo quando engatei, ainda não foi isso tudo. Um dos pontos que pecaram bastante foi que os personagens descrevem um pouco demais os ambientes e ainda por cima falam muito do passado de maneira um pouco confusa. Descrições, detalhes até que são bem vindos, mas na dose certa. Eu até que gosto quando o livro me situa bem no ambiente e dá detalhes, mas não de forma exagerada ou mal feita.

"Uma vez que tenha me apaixonado, acho quase impossível me desapaixonar; aprendi isso sobre mim mesmo. Não é algo que torne a vida mais fácil."

Como eu disse lá em cima, o livro não me conquistou e muito disso se deve ao seu ritmo de narrativa. As coisas demoram a acontecer e meso quando acontecem, não são grandes acontecimentos ou reviravoltas que vão mudar os rumos da história. O livro caminha de forma lenta mesmo, aquela coisa meio poética, que confesso, não é muito meu estilo apesar de eu gostar de romances água com açúcar, aquela historinha do casal apaixonado que luta para ficar junto no final e etc. A diferença aqui foi que determinados momentos tornaram-se meio monótonos, quase chatos (quase!). Há quem não veja problema e até goste desse tipo de história, mas pra mim não funciona.

E eis que chegamos ao principal ponto que me decepcionou no livro, mas não de forma ruim ou que me fez odiar o livro. A questão é que não se trata de uma história de amor entre um casal, homem e mulher. A relação em questão aqui é entre pai e filha e os laços familiares. Dito isto não estou querendo dizer que eu não goste de histórias com essa temática, mas o problema foi que eu idealizei uma história na cabeça por conta do titulo e da capa do livro. Imaginei que se tratava de uma história de amor entre um casal, mesmo que ela fosse água com açúcar, e não foi isso.

“Minha mãe morreu quando eu tinha quatro anos. Ela devia estar indo me pegar na aula de balé. Lembro-me de estar no hall da igreja segurando uma bolsa rosa com uma bailarina bordada na frente, ouvindo a música da aula seguinte e os pés das meninas no piso de madeira, esperando. Tudo fica borrado, então, exceto pelo rosto do papai, pálido e assustado – o modo como ele me olhou como se não soubesse quem eu era.”

Como a história não me conquistou, os seus personagens também passaram meio batidos e não tenho muito o que dizer sobre eles. O final do livro foi outro quesito meio estranho, pois a autora o deixou em aberto, não sei se de propósito ou não. Ficou algo meio "imagine que final você gostaria de dar a esta história" ou então vem vindo uma continuação desse livro por ai (o que eu não vejo necessidade alguma). Em suma, o livro não me agradou como eu esperei, mas pode agradar você e outros tantos leitores por isso caso queira dar uma chance, fique à vontade e espero que lhe agrade.






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