22/09/2015

Fragmentados - Neil Shusterman


Autor: Neil Shusterman
Editora: Novo Conceito  | |  Páginas: 320  | |  Informações: Skoob


Em uma sociedade em que os jovens rejeitados são destinados a terem seus corpos reduzidos a pedaços, três fugitivos lutam contra o sistema que os fragmentaria .
Unidos pelo acaso e pelo desespero, esses improváveis companheiros fazem uma alucinante viagem pelo país, conscientes de que suas vidas estão em jogo. Se conseguirem sobreviver até completarem 18 anos, estarão salvos. No entanto, quando cada parte de seus corpos desde as mãos até o coração é caçada por um mundo ensandecido, 18 anos parece muito, muito longe.
O vencedor do Boston GLobe-Horn Book Award Neal Shusterman desafia as ideias dos leitores sobre a vida: não apenas sobre onde ela começa e termina, mas sobre o que realmente significa estar vivo.

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Fragmentados é o primeiro livro de uma série, que confesso não sei nada ainda sobre, que vai nos contar a história distópica de uma sociedade que após uma segunda guerra civil, conhecida como Guerra de Heartland, se vê envolta em vários conflitos que geraram muitas mortes. Para por um fim nestes conflitos é criada a Lei da Vida que determina que nenhuma vida humana pode ser tocada desde a concepção até a idade de 13 anos.

"Ninguém sabe o que acontece. Ninguém sabe como é feita. A colheita dos fragmentários é um ritual médico secreto que fica confinado às paredes de cada clínica de colheita da nação."

Dos 13 aos 17 anos essa vida está basicamente a mercê do governo e até mesmo de seus próprios pais, que caso decidam não querer mais este filho por algum motivo (ainda estou quebrando a cabeça imaginando um motivo que leve um pai e uma mãe a não querer um filho!), o enviam à fragmentação. Essa fragmentação consiste na retirada de órgãos dessa criança/adolescente para que sejam doados a quem estiver precisando para sobreviver.

A sociedade acredita que os jovens desajustados devem ser fragmentados e tem isso como algo comum e necessário. Assim que uma ordem para fragmentação é assinada, não há mais como voltar atrás, o ato tem que ser consumado. É no meio deste dilema que vamos conhecer Connor, Risa e Lev, os três com a sentença da fragmentação já certa, cada um com um motivo, mas que, inconformados com esse sistema, lutam e fogem para escapar da fragmentação.


"Connor se pergunta como é que pode chamar o lugar onde vive de “casa”, já que está prestes a ser expulso – não só do lugar onde dorme, mas dos corações daqueles que deveriam amá-lo."

Apesar de ter achado o plot da história meio bizarro e não ser um leitor assíduo de distopias, a história acabou despertando meu interesse mais do que eu imaginava. Muito desse interesse foi devido a narrativa ótima e fluida do autor, quem em momento algum deixou a história ficar maçante ou repetitiva. A cada  página terminada mais crescia a vontade de saber o que estava por vir e como os personagens escapariam daquele destino tão terrível.


Os personagens foram outro acerto do autor, que os construiu bem, deixando transparecer seus medos, angustias, dúvidas, apesar de toda a força que tinham que ter para conseguir escapar de tudo aquilo. Ao longo da leitura consegui ir notando o amadurecimento dos três amigos fugitivos, amadurecimento esse que acontece meio que a força diante de tudo que eles tem que enfrentar.


"Sobre a existência da alma, quer fragmentada ou nascitura, as pessoas podem debater por horas a fio, mas ninguém questiona se uma instituição de fragmentação possui alma. Não possui."

Ao longo da história não teve como não ficar angustiado com o que acontecia com os jovens/crianças que eram destinados à fragmentação. O autor deixou os sentimentos deles bem evidentes mesmo; medo, revolta, desespero, tudo isso se misturando num turbilhão de emoções apavorantes. Mesmo não sendo uma história distópica das mais originais, nem atraentes, o autor conseguiu dar verdade às situações e ao mundo que ele criou. 


Enfim é um livro que vale a pena, mas não vá com muitas expectativas esperando encontrar um novo filhote de 'jogos vorazes'. Fragmentados tem uma boa história, bons personagens e boa narrativa, ou seja, tem o que um bom livro precisa ter para ser lido.



 



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