Resenha: Presságio (O Assassinato da Freira Nua)

Autor: Leonardo Barros

Editora: Novos Talentos Literatura Brasileira || Páginas: 224 || Informações: Skoob

Alice tem vinte e seis anos e, desde a adolescência, é atormentada por presságios. Desacreditada por psiquiatras, ela é considerada psicótica, até que uma de suas visões a possibilita desvendar um misterioso homicídio. A polícia atribui a autoria do crime ao Beato Judas, um assassino serial de freiras, mas a descrição do suspeito não se parece em nada com o homem que ela viu em sua premonição. 

Agora Alice terá de correr contra o tempo para provar que não é louca e para evitar que o assassino faça uma nova vítima. 

Suspense, misticismo e sensualidade se misturam neste fantástico thriller policial que parece ter a capacidade sobrenatural de manter seus leitores alucinados, da primeira à última página!

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Esta é nossa primeira resenha dupla, a minha escrita e Kívia em vídeo. Espero que gostem!

Presságio é o primeiro romance brasileiro que leio após muito e muitos anos, nem sei quantos! Acho que o último que li foi ‘agosto’ de Rubem Fonseca. Confesso que comecei a ler o livro com uma certa ressalva, acho que até mesmo preconceito, muito disso devido a falta de divulgação que essa nova literatura nacional tem. O consumo da literatura estrangeira é tão grande que ao nos depararmos com a capa de um livro onde o nome de seu autor é brasileiro, o primeiro pensamento que vem é que o livro não é bom por ser nacional. Por outro lado se o livro tem um nome estrangeiro na capa e o selo de uma grande editora, nossa curiosidade é aguçada e na maioria das vezes o livro é comprado. Não nego que sou um consumidor e leitor de literatura estrangeira, até porque foi com ela que iniciei meu gosto por leitura, mas após a leitura de ‘presságio’ posso dizer, na minha opinião, que a nova literatura nacional é sim, muito boa e merece ser prestigiada.

Presságio foi uma leitura bem agradável, mas que não me conquistou de imediato. Achei os três primeiros capítulos um pouco corridos e com muitos diálogos, senti um pouco de falta da descrição dos lugares e até dos personagens. Mas com o passar dos capítulos – acho que do sexto em diante – a leitura fluiu muito bem, o ritmo dos acontecimentos ficou muito bom e até os personagens tornaram-se mais interessantes e mais encorpados  digamos assim. Dai em diante a história me conquistou e eu não via a hora de chegar ao fim para ver como todo o mistério se resolveria.

Até chegar ao final que me deixou bem surpreso e com um gostinho de quero mais, muitas coisas aconteceram na vida de Alice, a protagonista; umas bem perigosas e outras bem esquisitas a meu ver. Alice não foi a protagonista que eu esperava, mas também não foi uma decepção. Acho que determinação é a característica mais forte de sua personalidade, visto tudo que ela passa para descobrir a verdade por trás dos crimes, sem contar que é vista como louca por conta do seu dom de clarividência. A parte que eu achei bem esquisita na personagem, e um pouco surreal, foi o que desencadeia os tais presságios que ela tem. Achei bem estranho e acho que faltou uma certa explicação para como tudo começou, mas nada que prejudique a história.

Quanto aos personagens masculinos não me identifiquei com nem um, tive apenas uma simpatia maior pelo Dr. Sócrates, que a meu ver foi bem importante na solução dos crimes. Acho que posso dizer que a personagem que mais gostei foi a Georgia, melhor amiga de Alice. Bem divertida, meio doidinha e que eu achei que teria uma participação mais ativa na história, o que eu acho que teria rendido bons momentos engraçados, mesmo tratando-se de um thriller policial.

A narrativa da história é muito boa, flui bem rápido e os acontecimentos movimentam a trama o tempo todo. Como nunca fui bom em desvendar mistérios e só leio thriller policial para me divertir, não imaginava nem de longe o desfecho que o autor deu para a história. Parecia uma coisa, mas no fim foi outra bem diferente e diga-se de passagem, tudo muito bem amarrado. A história em si do livro foi totalmente diferente da que eu imaginava quando comecei a ler. Os capítulos finais foram os mais envolventes e eletrizantes, principalmente os do julgamento. É tudo narrado tão bem que nos sentimos mesmo dentro de um tribunal. E então, quando menos se espera, o desfecho de tudo nos é servido de bandeja e com muita inteligência pelo autor. A última cena foi a que me deixou com um gostinho de quero mais e uma interrogação no ar que caso se confirme, hum!…

Recomendo muito esta leitura e podem pesquisar que outros blogueiros também. Leiam e prestigiem a nova - e muito boa -  literatura nacional.

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